Páginas

19/03/2015


13. 

NASCIMENTO E MORTE DA MATÉRIA
CONCENTRAÇÃO DINÂMICA E DESAGREGAÇÃO
ATÔMICA





Aprofundemos, pois, o problema do nascimento e da morte da matéria, depois (entre esses dois extremos) o da evolução de suas individuações, isto é, o de sua vida.

 








Pode definir-se a matéria como uma forma de energia, isto é, um modo de ser da substância, que nasce da energia por condensação ou por concentração e regressa à energia por desagregação, após haver percorrido uma série evolutiva de formas cada vez mais complexas e diferenciadas, que reencontram a unidade em reagrupamentos coletivos.

A matéria nasce, vive e morre, para renascer, reviver e tornar a morrer, tal como o homem, eternamente, descendo de beta a gama e voltando a beta, quando o vórtice interior, por ter atingido o máximo de condensação dinâmica, não mais pode suportá-la e se quebra. 


Assistamos, então ao fenômeno da desagregação da matéria, a que chamais radioatividade, própria dos corpos velhos, com peso atômico maior, seu máximo de condensação. Assim, o átomo representa uma quantidade enorme, uma mina de energia condensada, que podereis libertar, perturbando o equilíbrio interno do sistema núcleo-eletrônico do átomo.

Exemplo de decaimento radioativo com emissões de "partículas" alfa e beta. 


O significado da palavra condensação só pode ser compreendido se reduzirmos a energia à sua expressão mais simples (isto também vale para a substância): 

o movimento. 

Condensação de energia é expressão demasiadamente sensória. É melhor dizer concentração de energia, pois isso significa aceleração de movimento, de velocidade. Veremos melhor essa essência do fenômeno no estudo do íntimo mecanismo do transformismo fenomênico.


Condensado de Bose-Einstein


Vemos, todavia, que toda a estrutura planetária do átomo nos fala de energia e de velocidade. Logo que observamos, em profundidade, o fenômeno matéria, esta se dissolve em sua aparência exterior e se revela em sua substância, a energia. O conceito sensório de solidez e de concreto desaparece diante do conceito de elétrons que giram, velocíssimos, em espaços ilimitados, proporcionalmente a seu volume, em redor de um núcleo incomensuravelmente menor. 

Assim a matéria, tal como a concebeis habitualmente, desvanece em vossas mãos, deixando-vos apenas sensações produzidas por algo que é apenas energia e determina um movimento que se estabiliza por sua altíssima velocidade. 

Eis a matéria reduzida à sua última expressão. Da mesma forma que o movimento é a essência da substância ômega, assim também é o de cada um de seus aspectos:  

$ \alpha $, $ \beta $, $ \gamma $

Velocidade é energia , velocidade é matéria, velocidade é idêntica em sua substância, é o denominador comum que vos permite a passagem de uma à outra forma.


Pares de partículas-antipartículas do vácuo quântico.



Coloquemos lado a lado estas duas formas da substância, matéria e energia. Aquecendo um corpo, transmitimos energia à matéria, isto é outra modalidade de energia. Somamos energia. O calor significa aumento de velocidade nos sistemas atômicos-moleculares. 

Quando dizemos que um corpo está mais quente, isto significa que seu movimento íntimo sofre um rápido aumento de velocidade. Então o calor infunde na matéria, como em todas as demais formas de vida, um ritmo mais intenso; é verdadeiro aumento de potência, um acréscimo de individualidade que, no mundo da matéria, expressa-se com a dilatação do volume. 

De imensa distância, o sol acende essa dança dos átomos e toda a matéria do planeta responde. A dança propaga-se de corpo em corpo, tudo o que lhe está perto o sente, participa, exulta. Os corpos condutores de energia são aqueles cujas moléculas são mais ágeis a realizar a corrida. 

O movimento, essência do universo, vai de uma coisa à outra, ávido de comunicar-se, como as ondas do mar, ávido de expandir-se. Dá-se sempre, pelo universal princípio do amor; fecunda e se dispersa depois de haver dado a vida, para reencontrar-se, recondensar-se ao longe, em todos os novos vórtices de criação. Os homens e as coisas, na Terra, arrebatam o mais que podem, tudo que chega do sol e o dividem entre si. 

O homem transforma esse movimento em outras formas de energia (já que nada se cria e nada se destrói, tudo se transforma, sempre): 

luz, som, eletricidade, para suas necessidades.  

Mas o fenômeno é irresistível e a cada transformação há uma perda, um consumo, um desgaste, um atrito e um esforço para suprir isso (porque estais em fase de evolução = descentralização cinética).




O fornecimento do sol renova-se continuamente; ele dá o que tem e em formas sempre novas, reconquistará tudo o que dá. Isso porque o movimento, substância do universo, é um ciclo que sempre volta e está fechado e completo em si mesmo.