Páginas

31/03/2015


23. 

FÓRMULA DA PROGRESSÃO EVOLUTIVA —
ANÁLISE DA PROGRESSÃO EM SEUS PERÍODOS

 



Aprofundemos ainda mais. Compreendeis que o ser não pode ficar fechado no ciclo de $ \omega $, o vosso universo, dado pelas três formas, $ \gamma $,$ \beta $, $ \alpha $; que uma eterna volta sobre si mesmo seria trabalho ilógico e inútil; que seria absurdo caminhar sem meta nesse eterno círculo
 $ \alpha \quad \longrightarrow \quad \beta \longrightarrow \quad \gamma \quad \longrightarrow \quad \beta \longrightarrow \quad \alpha $. 







Vossa mente compreende esta minha argumentação: qualquer limite que se colocasse em $ \omega $, a razão saltaria por cima dele, procurando outro mais afastado; é absurdo o ciclo fechado, que se repetisse infinitamente em si mesmo. Vossa mente sente a necessidade do ciclo aberto, ou seja, do ciclo que se abre para um ciclo maior, ou que torna a fechar-se em si mesmo para um ciclo menor, sem nenhuma limitação. Fica assim, satisfeita vossa mente, porque foi atendida a necessidade e concedida a possibilidade para que o ser voltasse sobre si mesmo, sobretudo, se estendesse fora de si, além de si, além da forma conquistada que o constrange.
Essa fórmula do ciclo fechado, que já vos demos com a expressão sumária: $ \alpha \quad \longrightarrow \quad \beta \quad \longrightarrow \quad \gamma \quad \longrightarrow \quad \beta \quad \longrightarrow \quad \alpha $, tem que ser substituída agora pela fórmula mais exata e complexa do ciclo aberto. De acordo com esta nova fórmula, a expressão gráfica dada:





transforma-se nesta outra: 



em que o ciclo do universo $ \omega $, dado por $ \alpha \quad \longrightarrow \quad \beta \quad \longrightarrow \quad \gamma \quad \longrightarrow \quad \beta \quad \longrightarrow \quad \alpha $ não está mais fechado em si mesmo, mas se abre, invertendo o caminho $ \alpha \quad \longrightarrow \quad \beta $  em  $ \beta \quad \longrightarrow \quad \alpha $ e assim desenvolvendo os universos contíguos: 

$ { \omega  }_{ 2 } $, $ { \omega  }_{ 3 } $ , etc.

A fórmula do ciclo aberto estende-se também para o negativo que é dada pela seguinte expressão:


$ \begin{matrix} 1º\quad ciclo\quad  & ...\quad -\quad y & \longrightarrow  \\ 2°\quad ciclo\quad  & -\quad x & \longrightarrow  \\ 3º\quad ciclo\quad  & \quad \gamma  & \longrightarrow  \end{matrix}\begin{matrix} -\quad x\quad  & \longrightarrow  & \quad \quad \quad \quad \gamma  \\ \gamma  & \longrightarrow  & \quad \quad \quad \beta  \\ \beta  & \longrightarrow  & \quad \quad \quad \alpha  \end{matrix}\begin{matrix} \longrightarrow  & -\quad x\quad  & ... \\ \longrightarrow  & \gamma  &  \\ \longrightarrow  & \beta  &  \end{matrix}\\ \begin{matrix} 4º\quad ciclo\quad  &  & \beta  \\ 5º\quad ciclo\quad  &  & \alpha  \\ ... &  &  \end{matrix}\begin{matrix} \longrightarrow  & \quad \quad \alpha  & \quad \longrightarrow  \\ \longrightarrow  & \quad +x\quad  & \quad \longrightarrow  \\  &  &  \end{matrix}\begin{matrix} +\quad x\quad  & \longrightarrow  & \alpha  \\ +y & \longrightarrow  & +x\quad ... \\  &  &  \end{matrix} $

O diagrama da fig. 2 apresenta-nos esse mesmo conceito dos ciclos sucessivos com uma linha quebrada que sobe, alternando seu movimento ascensional com períodos de regressão involutiva. 

Unindo entre si os vértices e as bases da linha quebrada, vemos reaparecer aqui, no conjunto, a linha ascensional OX em sua expressão mais simples.
Encontramos, em nível mais alto, o mesmo princípio, de que agora analisamos o íntimo ritmo e vemos a estrutura mais completa.


Observemos agora as características da fórmula do ciclo aberto. As fases da evolução, elementos que compõem as fórmulas dos cinco ciclos sucessivos examinados, podem — nas 5 fórmulas sobrepostas — dividir-se em quatro colunas. Veremos, assim, como se repete em nível diferente o mesmo ciclo com o mesmo princípio. A primeira coluna à esquerda indica o ponto-de-partida; a segunda, a fase sucessiva do caminho ascencional; a terceira coluna indica o vértice do ciclo; deste se desce para a quarta e última coluna. Duas fases de ida e uma de volta projetam a série dos vértices $ \gamma $ ,$ \beta $, $ \alpha $, +x... cada vez mais alto, segundo uma linha ascendente. A diferença de nível, entre os pontos-de-partida e os de chegada, é a condição necessária à progressão do sistema. Esclarecemos mais adiante, com casos mais particulares, o significado e as razões filosóficas desse deslocamento, pelo qual a linha não volta ao nível precedente, mas a um mais alto.

O curso da linha quebrada no diagrama da fig.2 expressa de forma evidente esses conceitos. As coordenadas são ilimitadas, suspensas no espaço entre dois infinitos. As fases são representadas não por uma linha, porque não são um ponto, mas por uma risca, uma superfície, porque só um espaço pode, graficamente, dar a idéia do deslocamento necessário para atravessar a fase. Cada ciclo representa o que chamais de uma criação. 

Tais criações se sucedem no diagrama com as letras a, b, c, d etc. Tomamos a criação como unidade de medida do tempo, o ritmo da transformação do fenômeno que examinamos.
 

Resumindo o que dissemos até agora, poderemos concluir: o aspecto dinâmico do universo é regido por uma lei mais complexa (aspecto mecânico) e sua expressão não é dada, simplesmente pela fórmula:

mas, por esta outra:

$ \Delta \quad =\quad -\quad \infty \quad \longrightarrow \quad ...\quad -y\quad \longrightarrow \quad -x\quad \longrightarrow \quad \gamma \quad \longrightarrow \quad +x\quad \longrightarrow \quad \gamma \quad \longrightarrow \quad \beta \\ \quad \quad \quad \quad \quad \quad \quad \quad \quad \quad \longrightarrow \quad \gamma \quad \longrightarrow \quad \beta \quad \longrightarrow \quad \alpha \quad \longrightarrow \quad +x\quad \longrightarrow \quad \alpha \quad \longrightarrow \quad +\quad \infty $ 

em que $ \Delta $ exprime, na série infinita, uma unidade coletiva maior que $ \omega $, isto é, um organismo de universos.


Universos paralelos e coexistentes.

30/03/2015


22. 

ASPECTO MECÂNICO DO UNIVERSO —
FENOMENOGENIA

 



A trajetória típica dos movimentos fenomênicos, expressão sintética do seu devenir, é a linha que já encontrais no mundo físico, no nascimento da matéria; é a linha das formações estelares (nebulosas) e planetárias, isto é, o vórtice, a espiral. Ela exprime a fenomenogenia e seu estudo conduzir-vos-á a nova concepção cosmogônica.

 





Procedamos à sua análise, começando pelos conceitos mais elementares e caminhando com ordem, do simples ao complexo. Para evidenciar o melhor conceito, expressá-lo-emos também com diagramas.
 
A fig. 1 representa a lei do caminho ascensional da evolução, em sua expressão mais simples. A abcissa horizontal indica a progressão da unidade de tempo e a vertical a progressão dos graus de evolução. Isto nos aparece aqui em sua nota fundamental e característica dominante de caminho ascensional linear contínuo (OX).

Algumas definições:
 
Por evolução, entendo o transformar-se da substância, desde a fase $\gamma$ até às fases $\beta$, $\alpha$ e além, como veremos, e a transformação que sofrem as formas individuais através dessas fases.
 
Por tempo entendo, o ritmo, a medida do transformismo fenomênico; isto é, um tempo mais amplo e universal que o tempo no sentido restrito — medida de vosso universo físico e dinâmico — e desaparece no nível a; um tempo que existe onde haja um fenômeno e subsiste em todos os níveis possíveis do ser, tal como um passo que assinala o caminho da eterna transmutação do todo. Por fenômeno, entendo uma das infinitas formas individuadas da substância, o seu devenir e a lei do seu devenir.
 
Por exemplo: um tipo de corpo químico, de energia, de consciência, em seus três aspectos — estático, dinâmico e mecânico. Fenômeno é a palavra mais ampla possível, porque compreende tudo, enquanto é e se transforma de acordo com sua lei. Em meu conceito, ser jamais significa estase, mas eterno devenir.

A fig. 1 é a expressão mais simples do curso do fenômeno no tempo, isto é, da quantidade de sua progressão evolutiva, em relação à velocidade dessa progressão.
 
Fig. 01: Diagrama da progressão evolutiva em
sua mais simples expressão retilínea.

Esta e as expressões que a ela se seguirem têm um significado universal. Portanto, para passar ao caso especial, é necessário levar em conta os graus particulares de evolução, na individuação fenomênica que examinarmos, e de sua velocidade particular de progressão. Levando isso em conta, a linha pode aplicar-se a todos os fenômenos e as trajetórias que assinalarmos são aplicáveis a todos eles. Entretanto, para simplificar e salientar a evidência, tomo agora, particularmente, para exame um tipo de fenômeno, que é o maior que conheceis, o máximo, e compreende todos os menores:

o transformar-se da substância em suas fases $ \gamma $, $ \beta $, $ \alpha $ . Isto com o objetivo de dar-vos uma ideia mais exata do processo genético do cosmos.

A fig. 2 exprime um conceito mais complexo.

Fig. 02: Análise da progressão em suas fases evolutivas e involutivas.
Dissemos que na eterna respiração de $ \omega $, a fase evolutiva é compensada por uma fase equivalente involutiva, e que vosso atual caminho ascencional
tinha sido precedido por um caminho inverso de descida: 
Desse modo, para que a expressão fique completa, a linha traçada OX, deve ser precedida por uma linha oposta que, da mesma altura a torne a descer a O. Mas, quando expus a grande equação da substância e seu aspecto dinâmico: 


Eu disse sumariamente que o devenir retornava sobre si mesmo. Isso porque, se o tivesse definido com mais precisão naquele momento, teriam surgido dúvidas e complicações, que só agora podemos resolver, quando estamos observando o aspecto mecânico do fenômeno.
 
Certamente, compreendeis que o absoluto só pode ser infinito em todas as direções; só pode haver limites em vosso relativo; se tivéssemos que pôr limites ao absoluto, esses limites não estariam no absoluto, mas apenas traçados pela insuficiência de vosso órgão de julgamento: a razão; que o universo não só se estenderá infinito em todas as direções possíveis, espaciais, temporais e conceptuais, mas que, em determinado ponto, ele desaparecerá de vossa visão insuficiente e se desvanecerá, para vós, no inconcebível. As fases a, b, g , não podem esgotar todas as possibilidades do ser. 

Elas são $\omega$ — o vosso universo, vosso concebível. Mas, além delas, há outras fases e outros universos, contíguos, comunicantes, que para vós são o nada, porque estão além de vossas capacidades intelectivas. Essas fases estendem-se além de $ \alpha $, em progressão ascendente para um infinito positivo; abaixo de $ \gamma $ , em progressão descendente para um infinito de sinal oposto.
 
Por isso, a fig. 2 assume um aspecto diferente da fig. 1. Enquanto a linha do tempo se estende horizontalmente, de um - a um ilimitada em ambas as direções, a linha da evolução estende-se, no alto e em baixo, para + e - E às fases  $ \gamma $, $ \beta $, $ \alpha $ seguirão, no alto, as fases evolutivas (que desconheceis): +x, +y, +z etc.; embaixo, prosseguirão as fases involutivas (que também desconheceis) -x, -y, -z, que constituem criações limítrofes (mas não no sentido espacial), de $ \omega $.

O sistema, embora de maior amplitude e complicação que o de $ \omega $, equilibra-se igualmente, mas num equilíbrio mais vasto e complexo. Apenas como o ciclo 

não é a medida máxima do ser, assim tampouco o é este ciclo maior: ele é apenas uma parte de um ciclo ainda mais amplo. Pois, repito: não há nem pode haver limite de maior ou menor, de simples e complexo; mas tudo se estende sem princípio nem fim, nas infinitas possibilidades do infinito.
 
Vosso campo visual é limitado e só pode abarcar um trecho dessa trajetória maior, ao longo da qual ocorrem as criações e se escalonam os universos. Isso, porém, não vos faça supor imperfeição, falta de equilíbrio e ausência de ordem, pois aí tudo se desenvolve segundo um princípio único e uma lei constante.




21. 

A LEI DO DEVENIR



Íntima e profunda estrutura.






Chegou agora o momento de aprofundar nosso estudo, enfrentando problemas de complexidade maior. Até aqui me mantive relativamente à superfície dos fenômenos, detendo-me em sua aparência exterior, que é a mais acessível a vosso intelecto. Procedamos agora ao exame de sua íntima e profunda estrutura, do processo genético do mundo fenomênico.











 Nas páginas anteriores tracei-vos as características, a gênese e o desenvolvimento da fase $ \gamma $ , e lançamos um olhar de conjunto sobre as outras duas formas de $ \omega $, isto é, de $ \beta $ e $ \alpha $. Mais tarde, penetraremos no exame minucioso da fase dinâmica e psíquica, que merecem estudo profundo por que se referem ao que vos atinge mais de perto, ou seja, aos fenômenos da vida e da consciência, também de vossa vida e de vossa consciência, tanto no campo individual quanto no social. Com isso, terminarei o tratado e o edifício estará acabado, porque terei lançado nova luz ao vosso mundo; terei implantado as bases de novo viver particular e coletivo, que se apoia ao mesmo tempo na ciência e na revelação, novo viver que constituirá a nova civilização do 3º Milênio.
 
Mas, antes de prosseguir em extensão, expandindo-me nestes novos campos, procedamos em profundidade, para tomarmos conhecimento da essência dos fenômenos que observamos. Não era possível, antes deste momento, empreender este estudo. Ele não mais se refere ao universo em seu aspecto estático nem dinâmico já observados, mas considera-o sob novo ponto de vista, seu aspecto mecânico.

O aspecto estático refere-se às formas do ser e sua expressão é:

O aspecto dinâmico diz respeito ao devenir (evolução) das formas do ser e sua expressão é:
O aspecto mecânico considera a essência do devenir das formas do ser e sua expressão é uma linha: a espiral. Certamente notasteis como as formas ou fases de $ \omega $, a Substância, são três: matéria $ \gamma $ , energia $ \beta $, espírito $ \alpha $. Assim seus aspectos são três, ou seja, podem considerar-se:

1º como formas; 

2ºcomo fases; 

3º como princípio ou lei. 


Esses três aspectos são as três dimensões da trindade da substância. Unidade trina, a três dimensões. Em uma palavra, o universo não é apenas uma grande organização de unidades e o funcionamento de um grande organismo de seres, é também vir-a-ser, o transformismo evolutivo desse organismo e de suas unidades; é, enfim, o princípio, a lei que rege esse transformismo. O estudo desse princípio nos ocupará agora. O eterno devenir do ser é guiado por lei perfeita e matematicamente exata; o transformismo evolutivo universal obedece a um princípio único. 



Eu vos exporei esse princípio, que encontrareis na infinita multiplicidade das formas, idêntica e constante, e vos traçarei a linha do seu devenir, a trajetória da evolução, uma linha absolutamente típica que se pode denominar matriz do transformismo universal; uma trajetória que todos os fenômenos, os mais díspares, seguem em seu processo de desenvolvimento. Princípio absoluto, trajetória inviolável. 

Cada fenômeno tem uma lei e essa lei é um ciclo. Cada fenômeno existe enquanto se move de um ponto de partida para um ponto de chegada. Existir significa mover-se segundo essa linha de desenvolvimento, que constitui a trajetória do ser.



27/03/2015


20. 

A FILOSOFIA DA CIÊNCIA

 




Essa filosofia da ciência de que vos falei, tem a função de coordenar a grande quantidade de fenômenos que observais; de reduzir a uma síntese unitária vossa ciência, a fim de não vos perderdes no particular das análises; tem a função de dar-vos a chave da grande máquina do Universo.

Vossa ciência possui vícios de base e defeitos orgânicos que venho sanar. Falta-lhe totalmente unidade e isto impediu-lhe até agora de elevar-se a sistema filosófico, dando-vos uma concepção de vida.


De um lado, as filosofias institutivas, de outro, uma ciência puramente objetiva, caminhando por estradas opostas e com metas diferentes, só podiam chegar a resultados incompletos. Mantendo separados o abstrato do real, eram insuficientes para conseguir a síntese completa que vos dou, fundindo os dois extremos: intuição e razão, revelação e ciência. 



Quando estiver completa nossa viagem pelo cosmos, tornarei a descer, num tratado mais profundo, aos pormenores de vossa existência individual e coletiva, para que ela não seja mais guiada, como até agora, pelos instintos que emergem de uma lei que desconheceis, mas possais, vós mesmos, com consciência e conhecimento — não mais menores de idade — tomar as rédeas do funcionamento complexo de vosso mundo. 

Outro defeito de vossa ciência é de constituir-se em ciência de relações, ou seja, que se limita a estabelecer, embora de forma matematicamente exata, as relações entre os fenômenos; ciência que parte do relativo e se move apenas no relativo. Minha ciência é ciência do absoluto. 

Eu não digo: “poderia ser”. Digo “é”. Não discuto: afirmo. Não indago: exponho a verdade. Não apresento problemas, nem levanto hipóteses: exprimo os resultados. Minha filosofia não se abstrai em construções ideológicas, mas permanece aderente aos fatos em que se baseia. Vós multiplicais vossa perspicácia e o poder de vossos meios de pesquisa, mas o ponto de partida é sensório. Assim, percebeis a matéria como solidez e não como velocidade. 




Torna-e-vos difícil, mas só por vias indiretas chegais a imaginar como a massa de um corpo exista em função de sua velocidade; como a transmissão de uma nova energia signifique para ele um peso maior; como a velocidade modifique as leis de atração (giroscópio); como a continuidade da matéria se deva à velocidade de deslocamento das unidades eletrônicas que a compõem, tanto que, sem essa velocidade — dado seu volume mínimo em relação ao espaço em que circulam — vosso olhar passaria através delas sem perceber nada; como sua solidez, fundamental para vossas sensações, deva-se à velocidade de rotação dos elétrons, que lhes confere quase uma contemporânea onipresença espacial; velocidade sem a qual toda a imensa grandeza do universo físico se reduziria, em um átimo, ao que verdadeiramente é: um pouco de névoa de poeira impalpável. Eis a grande realidade da matéria, que a ciência deveria mostrar-vos: a energia.

Giroscópio

Pelo método em que se baseia, vossa ciência é inapta para descobrir as íntimas ligações que unem as coisas e delas revelam a essência. Por exemplo: compreendesteis o fenômeno que demonstra a transformação, que afirmei, de $ \gamma $ em $ \beta $, e o retorno da fase matéria à fase energia, observada também na radioatividade do vosso planeta, ou seja, o fenômeno mediante o qual o sol inunda de energia, a sua própria custa, desgastando-se em peso e volume, a família de seus planetas e o espaço, até exaurir seu ser. Mas a ciência pára aqui e olha para aquele sol, que é vossa vida, como para um enigma; sol que vagará por bilhões de séculos, exaurido de luz e de vida, apagado, frio, morto. Ao invés, eu vos digo: ele obedeceu à lei universal de amor, que impõe a doação gratuita e que, em todos os níveis, torna irmãos todos os seres do universo. 




Assim, por exemplo, tentais a desintegração atômica, procurando demolir o edifício atômico inviolado; tentais penetrar, entrando na zona eletrônica de alto potencial dinâmico, até o núcleo, bombardeando o sistema com emanações-projéteis de alta velocidade. Mas não vedes que a essência do fenômeno da transmutação dos átomos reside na lei da unidade e da matéria. Assim, também notasteis que a matéria sideral nasce e morre, aparece e desaparece, volatiliza-se de um lado em radiações, e em outra parte reaparece como matéria; mas não colocasteis lado a lado os dois fenômenos e não observasteis o traço que os une e a linha comum cíclica do seu desenvolvimento. 

Eu vos revelo os vínculos que unem os fenômenos aparentemente mais díspares. Meu sistema não despreza a ciência, como acontece com vossa intuição filosófica; toma-a como base, completa-a, ergue-a ao grau de concepção sintética, dá-lhe dignidade de filosofia e de religião, porque, no infinito pormenor da fenomenologia reencontra o princípio unitário que, dando-vos a razão das coisas e respondendo aos últimos porquês, é capaz de guiar-vos pela estrada de vossas vidas e de proporcionar vos um objetivo para vossas ações.




26/03/2015



19. 

AS FORMAS EVOLUTIVAS FÍSICAS, DINÂMICAS E PSÍQUICAS






Mas, afora os corpos que, aquém de H e além de U, prolongam a série de formas de $ \gamma $, a escala, naturalmente, continua, mesmo onde a matéria não é mais matéria. Continua, na visão monística que vos exponho, nas formas dinâmicas, até às mais altas formas de consciência. 





Do urânio ao gênio, traçaremos uma linha que deverá ser contínua. Mesmo nas formas dinâmicas temos semelhante progressão de períodos: raios X; vibrações que desconheceis: raios luminosos, caloríficos e químicos: espectro visível e invisível desde o infravermelho até o ultravioleta; vibrações eletromagnéticas; outras vibrações que desconheceis e, finalmente, vibrações acústicas. 




A tendência da série estequiogenética ao período setenário e à progressão por oitavas, repete-se aqui. As formas acústicas dividem-se, por sua vez, numa oitava menor, assim como a luz no espectro. 

Das formas dinâmicas, passa-se às psíquicas, começando pelas mais baixas, em que o psiquismo é mínimo, os cristais. Nestes, a matéria não soube elevar-se a organizações mais complexas que as de unidades químicas coletivas, que representam quanto a matéria possa conter de $ \alpha $: o psiquismo físico, que é o menor psiquismo da substância. 

Os cristais são sociedades moleculares, verdadeiros povos organizados e regidos por um princípio de orientação matematicamente exato; nesse princípio reside o citado psiquismo. Vedes que a cristalografia vos oferece sete sistemas cristalinos, que são a gradação de um conceito cada vez mais complexo, de um psiquismo cada vez mais evidente, que se revela de acordo com planos e eixos de simetria, regulados segundo critérios exatos.

Cristalografia de raios-X.

Do triclínico ao monométrico, através do monoclínico, do trimétrico, do trigonal, do dimétrico, do hexagonal, ou dos sistemas que, se têm nomes diferentes, são no entanto substancialmente idênticos, subimos mais uma oitava, ao reino vegetal, e depois ao reino animal, com o expoente psíquico cada vez mais profundo e evidente. Dos protozoários aos
vertebrados, através das grandes classes dos celenterados, vermes, equinodermes, moluscos e artrópodes, só existe mais uma oitava. 



Vossa zoologia classifica os animais existentes em sete tipos. Chegamos assim, através de repetições rítmicas de graduação fundamental e do retorno de períodos constantes da matéria, máxima condensação da substância, às superiores formas de consciência humana, para vós, a máxima espiritualização.



 



Agora, podeis ter a visão da unidade da Lei e do meu Monismo. Da zoologia chegamos ao mundo humano. Mas toda a vida, mesmo a vegetal, tem um só significado: construção de consciência, transformação de $ \beta \quad em\quad \alpha $. Todas as formas de vida são irmãs da vossa e lutam por subir para a mesma meta espiritual, que é o objetivo de vossa vida humana. 

A escala dos estados psíquicos, que a vida percorre até alcançar-vos, parte das primeiras formas inconscientes de sensibilidade vegetal, percorre as fases de instinto, intuição inconsciente, raciocínio (a vossa atual fase), consciência, intuição consciente ou super consciência. 

Esta vos espera e vo-la indiquei como novo sistema de pesquisa. Seguem as unidades coletivas em que as consciências se coordenam em mais vastos e complexos organismos psíquicos, como a família, a nação, a raça, a humanidade e as formas de consciência coletiva que as correspondem.

Assim nasce a síntese espiritual desse vertiginoso metabolismo, que é a vida, à qual se sujeita a matéria nos mais altos graus de evolução. Pensai: o sistema planetário do núcleo e dos elétrons que giram vertiginosamente no seio do átomo, que na molécula se combina com outros sistemas planetários atômicos, coordenando-se num sistema orgânico mais complexo, o qual, por sua vez, é envolto num turbilhão ainda mais profundo, produzido pelo intercâmbio orgânico, na célula. Que é a célula num organismo?

Como é vertiginoso nascer, viver, morrer! A vida é troca e a cada momento mudais a matéria de que sois compostos. 

É uma corrente que jamais para. É maravilhoso turbilhão do qual nasce o pensamento, a consciência, o espírito. Aí palpita a matéria toda, acesa em sua mais íntima essência, com indômita febre de ascensão. Eis a nova, tremenda grandeza divina que vos mostrarei.

Entretanto, esse imenso fenômeno não é apenas progressão de formas que individuam as etapas do grande caminho ascensional (aspecto estático); não é só movimento do transformismo evolutivo (aspecto dinâmico do universo), mas representa a exteriorização de um princípio único, uma Lei que se encontra em toda parte. 

Esse princípio, que define o andamento de qualquer fenômeno, pode exprimir-se graficamente na forma de uma espiral, em cujo âmbito cada pulsação rítmica é um ciclo, o qual, embora voltando ao ponto de partida, desloca-se, repetindo, num tom e num nível diferentes, o período precedente. Isto explicarei com mais exatidão no estudo da trajetória típica dos movimentos fenomênicos (aspecto mecânico do universo). Este é também trino em seus aspectos.


Desenho egípcio antigo retratando a dimensionalidade da evolução ou da frequência.

25/03/2015


18. 

O ÉTER, A RADIOATIVIDADE E A DESAGREGAÇÃO
DA MATÉRIA

$ \gamma \quad \longrightarrow \quad \beta  $



O espaço não está vazio.




Nas duas extremidades da série, temos H e U. Esses dois elementos individualizam as duas formas extremas da fase $ \gamma  $. Que outras individualizações encontramos além dessas? 

A escala evidentemente “deve” estender-se além das formas que vos mostra a evolução terrestre. Vimos que, antes de H, temos o éter, forma da qual voltaremos a falar, intermediária entre $ \beta $ e $ \gamma  $ . Vejamos agora a que formas tende a progressão evolutiva de U.






Vimos que o hidrogênio é o elemento constitutivo dos corpos jovens: nebulosas, estrelas brancas, quentes, de espectro extenso ao ultravioleta, como Sírio e $ \alpha  $ da Lira. O Urânio, ao invés, é o elemento constitutivo dos corpos velhos, mais adiantados na evolução e que, portanto, puderam produzir elementos mais densos (peso atômico maior) e mais diferenciados. 

O Urânio se nos apresenta com características todas especiais. É o elemento que tem o peso atômico mais alto (238,2) e é o último termo do último grupo da série estequiogenética. Este grupo é, precisamente, o dos corpos radioativos. Entre eles, considerais o Urânio como a substância-mãe do Rádio, tanto que a quantidade de Rádio contida num mineral é dada pela quantidade de Urânio que o compõe. Nos corpos celestes mais velhos que a Terra, agruparam-se, por evolução, formas de peso atômico maior e de radioatividade invulgar. 

De fato, a radioatividade é uma qualidade que só aparece nos elementos do último grupo. Pois bem, sabeis que essa é uma forma de desagregação da matéria, pelo que haveis de comprovar este estranho fenômeno: com o aumento do peso atômico, ou seja, do grau de condensação da matéria, aumenta essa radioatividade, que na matéria, é mais relevante exatamente em sua última forma.

Então, a condensação leva à radioatividade, isto é, à desagregação. Portanto, a matéria ($ \gamma $), derivada de $ \beta $ por condensação, atinge um máximo de condensação em seu processo de descida involutiva, até às formas de peso atômico máximo, retorna sobre seu caminho, invertendo a direção na forma de ascensão evolutiva, e tende a dissolver-se, regressando a $ \beta $.
 
A radioatividade é exatamente a propriedade de emitir radiações especiais, em forma de calor, luz, eletricidade — ou seja, de energia. Esta, ao contrário das leis que conheceis, não é tirada do ambiente, nem de outras formas dinâmicas, mas é produzida constantemente e não podeis estabelecer outra fonte, a não ser a matéria em estado de dissociação. Este fato derruba vosso dogma científico da indestrutibilidade da matéria e revalida o da indestrutibilidade da substância.


A matéria, como matéria, apresenta fenômenos de decomposição espontânea. Essa decomposição é acompanhada de desenvolvimento de energia. Vedes, portanto, que a matéria, como tal é destrutível, mas não como substância, já que essa destruição é acompanhada pelo aparecimento de formas dinâmicas, paralelamente ao processo de desintegração radioativa. Assim fica demonstrado o transformismo físico-dinâmico.
 

Degradação da matéria com o tempo, transformismo do devenir.


O estudo de grupo dos elementos radioativos nos mostra outro fato importante, ou seja, como ocorre a transformação de um elemento em outro. Isto é, como se verificam os casos de evolução química, que podeis considerar como exemplos de verdadeira e própria estequiogênese.
Se tornarmos em consideração a última oitava dos elementos da série estequiogenética (elementos radioativos), podemos estabelecer entre eles uma relação de filiação. Foi precisamente em vista dessa relação genética, que pudemos estabelecer a série S7, a família do Urânio. Sabeis que os corpos radioativos emitem três espécies de raios:

$ \alpha $, $ \beta $, $ \gamma $,                         [7].
 
Blindagem contra radiações.


Quando um corpo radioativo perde em cada átomo uma partícula a, tem-se, em correspondência, a perda de quatro unidades de peso atômico. Esse elemento transforma-se em outro, que ocupa um lugar diferente na série. 

A emissão de raios $ \beta $, ao invés, produz uma transformação no sentido contrário. Uma transformação a pode ser compensada por duas transformações $ \beta $ em sentido contrário.Conheceis a lei específica dessa transformação, que é expressa pela fórmula:

(constante de transformação) = $ 2,085.{ 10 }^{ -6 } $ por segundo.

Por meio dessa transformação realiza-se a passagem do Urânio a Protractínio, Rádio, Radônio (emanação), Polônio (Rádio F), Chumbo (Rádio G). Neste último elemento, a emanação dinâmica não é mais apreciável e parece já esgotada. Cada elemento é o produto da desintegração do elemento precedente. 

Estudando o andamento desse processo de desintegração sucessiva dos termos da série, descobris que cada elemento tem um característico tempo médio de transformação que oscila, nos vários corpos, de frações de segundo a milhares e milhares de milhões de anos. Esse tempo médio de transformação é sua “vida média” e cada elemento radioativo tem um período próprio de vida média.
 
Vossa ciência já fala de vida de elementos químicos e define a duração desses períodos de vida. A radioatividade, fenômeno perceptível para vós materialmente apenas nos corpos que a apresentam destacadamente, é, não obstante, propriedade universal da matéria. Isto significa que a matéria, toda e sempre, é susceptível de decomposição, em maior ou menor grau, transformável em formas dinâmicas e que a pulsação de sua evolução, a estequiogênese, jamais para.



Decaimento radioativo do Urânio.

 

Resumo, ainda, e fecho este capítulo. Partindo do Hidrogênio — forma primitiva da matéria, derivada por condensação (concentração) das formas dinâmicas, através da forma de transição, o éter — estabelecemos uma escala, em que os elementos químicos encontraram, até o U, seu lugar, de acordo com a própria fase de evolução.

A repetição periódica das insovalências mostrou-nos que essa evolução — ao mesmo tempo condensação progressiva e estequiogênese — constitui um ritmo que é também expresso pelo progredir constante dos pesos atômicos. Essas grandes pulsações rítmicas da matéria são sete, as quais apresentei em sete séries, de acordo com as letras S1, S2, S3, S4, S5, S6 e S7.
 
Partindo da série S1 até S7, aparece uma mudança alternada de fases periódicas que se sucedem à maneira de notas musicais, a distâncias de oitavas. O conjunto da série é apenas uma oitava maior, o que prenuncia outras oitavas que invadem as fases $ \beta $ e $ \alpha $. 

Vimos a tendência que assume a matéria ao chegar a U — seu limite de máxima descida, condensação, involução — e, ao mesmo tempo, retomada da ascensão evolutiva, o regresso à fase $ \beta $. Chegando ao U, a matéria se desagrega. Em vosso sistema planetário a matéria é velha, ou melhor, está envelhecendo e vos mostra todas as formas em que sua vida se fixou e criou. A fase vivida por vosso recanto de universo é a fase 

$ \beta \quad \longrightarrow \quad \alpha  $, isto é, os fenômenos da vida e do espírito.
 
Mas se quiserdes continuar a série evolutiva de suas formas conhecidas, recorrei ao citado princípio de analogia e continuai a série nas direções já iniciadas, ou seja, antes de H, com corpos de peso atômico decrescente, e depois de U, com peso atômico e radioatividade cada vez mais acentuadas. 

Conservai a relação de progressão já anotada e  encontrareis, para os elementos químicos aquém de H e além de U, um salto no peso atômico de 2 ou 4 unidades, e o mesmo retorno periódico de isovalências. Assim, o elemento que vier depois de U terá um peso atômico 240-242, com qualidades radioativas ainda mais fortes. Sabei que os produtos mais densos e radioativos do que U vos escapam, porque ainda não “nasceram” em vosso planeta e que os corpos que precederam o H já desapareceram, portanto, escapam de vossa observação. 

Esse aumento de qualidades radioativas nos corpos que devem nascer depois do U, significa para eles uma tendência cada vez mais acentuada à desagregação espontânea, ao regresso às formas dinâmicas. Esses corpos nascem para morrer logo e sua vida tem a função de transformar $ \gamma $ em $ \beta $. A matéria de vosso sistema solar, com sua tendência a evoluir para formas de peso atômico cada vez maior e mais radioatividade, produzirá uma série de elementos químicos sempre mais complexos, densos e instáveis. 

Esta matéria, cada vez mais velha e diferenciada, tende à desagregação, prepara-se para atravessar verdadeiro período de dissolução que, aumentando progressivamente, terminará em verdadeira explosão atômica, como observais nas dissoluções dos universos estelares. 

Vosso recanto de universo se dissolverá por explosão atômica, verdadeira morte da matéria. Isto acontecerá quando a matéria tiver esgotado sua função de apoio àquelas formas orgânicas que sustentam vossa vida, e opera aquela fase de evolução, vossa grande criação, ou seja, a construção, por meio de infinitas experiências, de uma consciência, a, a substância que regressa à sua fase de espírito. Esse o grande e verdadeiro problema de que tratarei e do qual esta é apenas singela preparação.
 

Vosso recanto de universo se dissolverá por explosão atômica ...

À outra extremidade da escala, aquém de H, sempre pelo mesmo princípio de analogia, encontrareis corpos de peso atômico menor que H, de -2 e assim por diante, do grupo e valência do Oxigênio. 

Prosseguindo nessa direção, encontrareis o éter, elemento imponderável para vós, de densidade mínima, tanto que escapa, praticamente, às leis da gravitação e não podereis aplicar-lhe conceitos de gravitação e de compressibilidade, como não podeis fazê-lo à luz e à eletricidade. Ele escapa às vossas leis físicas e vos desorienta com sua rigidez, tão grande que lhe permite transmitir a luz à velocidade de 300.000 km/s. 

No entanto, é de tão fraca resistência, que nada opõe ao curso dos corpos celestes. O erro
consiste em querer considerá-lo com os critérios específicos da matéria, enquanto ele é uma forma de transição, como vos disse, entre matéria e energia.







[7] - Não confudir com os símbolos adotados neste tratado a = espírito; b = energia; g = matéria (18.4) 




17. 

A ESTEQUIOGÊNESE E AS ESPÉCIES QUÍMICAS DESCONHECIDAS





Proposta de nova tabela química.

 
Este estudo que vou desenvolvendo para atingir conclusões de ordem filosófica e moral, de significado muito mais alto, pode também ter importância prática para vossa ciência, pois vos oferece a possibilidade de definir, a priori,
elementos que ainda desconheceis; e isso não empiricamente, por tentativas, mas sistematicamente, prevendo, com exatidão, a direção a dar a vossas pesquisas. O esquema vos revela que, em certos pontos, há corpos que descobrireis, com as características indicadas pelo gráfico. Não importam os nomes. 


Os corpos estão lá, já definidos e descritos. Procurai-os e os achareis. Dir-vos-ei mais: pelo que já conheceis experimentalmente, sabendo-se que o universo é Lei e organismo, podereis delinear o andamento de um fenômeno, pela simples aplicação analógica do conceito fundamental que o governa, isto é, da linha de seu desenvolvimento, mesmo em seus períodos desconhecidos.
 
Utilizai este conceito monístico que vos trago — da unidade de princípio de todo o universo — não apenas no campo moral, mas também no científico; encontrai este princípio de analogia que existe em todas as coisas e ele infalivelmente vos guiará, permitindo-vos determinar a priori, antes da observação e da experiência, o desconhecido e defini-lo, descobri-lo e conhecê-lo. Não foi assim que descobristes o Escândio, o Gálio, o Germânio? 

O Escândio está no Grupo III, à distância exata de duas oitavas do Boro, o Gálio está no mesmo Grupo, um pouco mais distante na escala, e na mesma distância de duas oitavas do Alumínio; o Germânio está no Grupo IV, na mesma distância de duas oitavas do Silício, que se encontra no mesmo Grupo. Este mesmo sistema vos guiou à descoberta dos gases nobres, quimicamente inertes, contidos no ar, isto é, o Neônio, o Criptônio, o Xenônio. 

Estes pertencem ao Grupo 0, ou seja, ao Grupo do Argônio. Conseguistes preparar o Radônio (emanação do Rádio), da mesma família 0. De fato, esses elementos estão no esquema, incluídos no grupo do Argônio, 0, (com valência zero) como todos os outros. 

Assim por diante, também no campo astronômico, onde o cálculo de uma lei exata vos permitiu individualizar, em determinado ponto e instante, um corpo com características determinadas, até ser encontrado, de fato. Já vedes como o edifício, que a razão é capaz de construir, pode antecipar a observação direta; essa é apenas a caminhada vulgar de um pensamento que sempre se apoia nos fatos. Imaginai a que descobertas podereis rapidamente chegar, quando os problemas científicos forem enfrentados por intuição, como vos disse. 

Aliás as verdadeiras e grandes descobertas foram todas lampejos de intuição de gênio, o super-homem do futuro que, saltando além das formas racionais de pesquisa, antecipa as formas intuitivas da humanidade futura. Os grandes saltos para frente foram dados pelo homem, nunca experimentalmente, nunca racionalmente, mas por intuição, verdadeiro e grande sistema de pesquisa do futuro. 



Enquanto a evolução não trouxer à luz essa nova maturação biológica, seja a vossa razão na pesquisa científica dirigida pela minha afirmativa de que o universo é todo regido por conceitos harmônicos, analógicos, reduzíveis a princípios cada vez mais simples e sintéticos.
 
Uma vez compreendido o conceito gerador de um processo fenomênico e seu ritmo, qualquer que seja sua altura na escala das formas do ser, ampliai com segurança esse conceito e esse ritmo, mesmo onde ainda falta o conhecimento objetivo. De $ \gamma  $ a $ \alpha  $ é idêntica a lei de evolução, é contínua a linha de desenvolvimento, o princípio é único. Este conceito vos permitirá sempre individuar, a priori, as formas intermediárias que $ \omega  $, a substância, atravessa em seu contínuo transformar-se.
 
Resumindo, podemos, pois, dizer que observamos as formas do estágio físico da substância ($ \alpha  $ = matéria), que vão do H ao U, segundo pesos atômicos crescentes, formas que reagrupamos em VII grandes séries sucessivas de condensação e VII grandes famílias naturais de isovalências. 

Somente aparece pequena anomalia, essa também periódica, de três corpos que interrompem a progressão das isovalências. Essa interrupção é como uma breve estase e de modo algum perturba o andamento do fenômeno, pois, a estase é rítmica e reaparece em períodos regulares. 

No esquema gráfico, as estases, nos fundos das conchas, são obtidas pelos volumes atômicos mais baixos.


24/03/2015



16. 

A SÉRIE DAS INDIVIDUAÇÕES QUÍMICAS DO H AO U, POR PESO ATÔMICO E ISOVALÊNCIAS PERIÓDICAS








Dessa forma, baseando-vos sobre essa individuação, podeis estabelecer uma gradação de complexidade que, partindo do H, chegue até às fórmulas complexas dos produtos orgânicos. 







 
Podeis estabelecer uma série química, semelhante à escala zoológica, em que aos protozoários corresponderiam os corpos químicos simples, indecompostos; é uma série evolutiva que progride de forma em forma, de tipo em tipo, verdadeira árvore genealógica das espécies químicas, a cujo desenvolvimento podeis aplicar os conceitos darwiniano de evolução, variabilidade e até mesmo de hereditariedade e de adaptação. 

Gradações de formas aparentadas entre si, derivadas uma das outras, sujeitas à lei comum, que provêm da origem comum, da afinidade intrínseca, do mesmo caminho, da mesma meta, da mesma lei de transformismo e de evolução. Cada corpo simples que faz parte da série química não constitui um indivíduo isolado; são tipos em redor dos quais oscilam diferentes variedades, que poderão reunir-se em grupos, por afinidade, tal como no mundo zoológico. 

Quando vossa consciência tiver encontrado meios para agir, mais profundamente, na estrutura íntima da matéria, vereis multiplicar-se o número das espécies químicas compreendidas na mesma classe e o número das variedades da mesma espécie. Podereis, então, influir na formação das espécies químicas, como agora influís na formação de variedades biológicas vegetais e animais. Isto porque toda a matéria, mesmo aquela considerada bruta e inerte, é viva e sente, pode plasmar-se e obedece, quando atingida por um comando forte.
 
Estabeleçamos, pois, a Série Estequiogenética. No esquema que se segue estão resumidos os conceitos que passarei a analisar.





 

Tomando o peso atômico como índice do grau de condensação, podereis organizar um elenco dos corpos ainda indecompostos, denominados simples e obtereis uma escala que oferece características especialíssimas. 

Se observarmos as propriedades químicas e físicas de cada corpo, veremos que elas estão em estreita relação com pesos atômicos.

Verificaremos que, à série dos pesos atômicos, não corresponde apenas uma série de individualidades químicas bem definidas, mas que isso ocorre de acordo com o ritmo de retornos regulares ao mesmo ponto de partida. Esse fato vos fará pensar de imediato como, por trás da série dos pesos atômicos, oculta-se um conceito mais substancial e profundo.
 
Se observarmos em cada corpo a característica da valência, isto é, a capacidade especial de cada átomo para unir-se a um ou mais átomos de Hidrogênio, veremos que essa valência se alinha com surpreendente regularidade segundo ordens de sete graus, que se repetem ininterruptamente do primeiro ao último elemento. A coluna das isovalências do quadro anexo vos mostra a repetição das mesmas valências à distância de sete períodos. Assim, têm as mesmas valências Lítio e Sódio, Berílio e Magnésio, Boro e Alumínio, Carbono e Silício, Nitrogênio e Fósforo, Oxigênio e Enxofre, Flúor e Cloro, corpos que são marcados com os mesmos números de valências. 

Distribuição de elétrons nas camadas de valência. São 7 camadas.

Mais exatamente, a graduação dessas valências sobe de um a quatro pela valência com o Hidrogênio, depois diminui para um, no número VII, e sobe progressivamente de um para sete para a valência relativa ao Oxigênio. Deste modo, temos, respectivamente, setenários compostos de monovalências, bivalências, trivalências, tetravalências e depois em sentido inverso: trivalências, bivalências e monovalências; e setenários compostos de monovalências, bivalências, trivalências, tetravalências, pentavalências, hexavalências, heptavalências. Temos, pois, períodos I-IV-I, que se sobrepõem exatamente nos períodos I-VII. O ritmo é evidente, expresso pela coluna das isovalências periódicas. 



Assim como o ritmo se repete, por exemplo, nos dias e nas estações, mas sempre num ponto diferente do espaço ocupado pelo planeta, também à distância de sete elementos, volta o ritmo da valência num ponto diferente. A cada sete elementos, temos uma repentina mudança de propriedades, depois um retorno regular ao ponto-de-partida. O que disse para a série, que começamos com o Lítio e com o Sódio, repete-se nas outras séries que começam com o Potássio, o Cobre, a Prata e assim por diante.
 
Esta conexão, entre as características de um corpo e sua localização na escala, permitiu que fosse dado a cada elemento um número próprio, para distingui-lo. Essa determinação, mesmo de acordo com vossa ciência, não é empírica, já que o número atômico pode ser sempre experimentalmente determinado, examinando-se os espectros dos raios X emitidos pelos diversos corpos, quando em presença dos raios catódicos. A frequência vibratória das linhas desses espectros é proporcional ao quadrado do número atômico.
 

Z representa o número eletrônico. A frequência, letra grega ni aparece multiplicada pela Constante de Planck h.

Baseado nesta exata determinação de lugar na escala, é possível estabelecer outras relações entre corpos, relações expressas pelas seguintes proporções: o Boro está para o Berílio, assim como o Berílio está para o Lítio; o Lítio está para o Sódio, assim como o Berílio está para o Magnésio e como o Boro está para o Alumínio; O Lítio está para o Magnésio, como o Berílio está para o Alumínio e como o Boro está para o Silício. São respectivamente proporcionais as passagens das propriedades de um corpo para as do outro.
 
Dessa maneira, temos o retorno periódico das mesmas características, embora repetidas em nível atômico diferente. Os volumes atômicos aumentam e diminuem, correspondendo às séries assinaladas na escala. As séries duplas são causadas justamente pelo aumento e pela diminuição dos volumes atômicos, fato regularmente verificado.
 
A representação gráfica vos demonstrará melhor esses conceitos. Tomando os pesos atômicos por base e por altura os volumes atômicos, podeis traçar uma linha que representa sete conchas, com seus máximos ou vértices relativos, que, por analogia com todo o seu traçado, indica a localização dos elementos, cujo volume atômico ignorais.





 
Portanto, o volume atômico acompanha o andamento da escala dos pesos atômicos. Ele cresce e decresce, correspondendo aos vários setenários dos elementos, isto é, a cada oitava. Aliás compreende duas oitavas: uma ascendente e outra descendente. A oitava descendente inclui os corpos dúteis; a ascendente os corpos frágeis. 

Nos vértices, estão os corpos de fácil fusão ou gases, ao contrário, nos mínimos. As oitavas descendentes são eletro-positivas; as oitavas ascendentes são eletro-negativas. O mesmo podereis dizer de várias outras qualidades, como condutibilidade, compressibilidade, dureza. A classificação em série é resultado do comportamento dessas oitavas.

Eis, portanto, traçado um sistema estequiogenético, ou árvore genealógica das espécies químicas. Divisíveis em VII séries, a partir de S1 até S7, são os sete períodos de formação ou sucessiva condensação da matéria, também divisíveis em VII grupos, verdadeiras famílias naturais de corpos semelhantes, segundo as respectivas isovalências.