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15/04/2015


36. 

GÊNESE 

DO ESPAÇO E DO TEMPO







Agora podeis compreender o que é e como ocorre a gênese do espaço e do tempo e o seu término. Podeis atingir a explicação científica das palavras do Apocalipse:

“Então o Anjo jurou por Aquele que vive nos séculos dos séculos, que agora não haveria mais tempo”(Apoc. 10:6). 








Tudo o que nasce, tem de morrer, isto é, tudo o que teve princípio, tem de ter fim. Como tudo, evoluindo, deixa os despojos da velha forma; também, deixa, para assumir outra mais elevada e mais adequada, a velha dimensão que não lhe serve mais. Como são infinitas as fases evolutivas, infinitas também são as respectivas dimensões. 

Eis como nosso olhar pode superar o tempo e o espaço, que são apenas duas dimensões contíguas, entre as infinitas dimensões sucessivas. Falaremos a respeito das mais próximas ao vosso concebível, correspondentes às várias fases de evolução. Isto para chegar à conclusão, que antecipo: também o devenir das dimensões é cíclico e segue a lei do desenvolvimento, expressa pela trajetória típica dos movimentos fenomênicos e pela lei das unidades coletivas: 

ou seja, cada dimensão é um período que se reagrupa em períodos maiores trifásicos, os quais se reagrupam em períodos ainda maiores, até o infinito. 

A dimensão infinita, que compreende todas as menores, é precisamente a evolução. Como cada fase tem sua dimensão, assim também o infinito tem a sua; a dimensão do infinito é a evolução. Eis que superamos o limite e, também nesta direção, encontramos o infinito.

Analisemos agora as dimensões contíguas ao espaço e ao tempo, suas propriedades e sua gênese. Quando dizeis espaço a três dimensões, confirmais estas afirmações, pois enunciais as três manifestações sucessivas dimensionais do espaço que, como vedes, é uma unidade trifásica. 

Olhemos novamente o diagrama da fig. 2. A fase $ \gamma $, matéria, representa a dimensão espaço completa. Eis a gênese progressiva. Na fase -z, temos a dimensão espacial nula: 

o ponto. Isso não significa que o universo -z seja puntiforme, mas que naquela fase, o espaço só existia em germe, à espera do desenvolvimento (vórtice fechado), e que, ao invés, existia uma dimensão diferente, fora de vosso concebível. 

Em -y aparece a primeira manifestação da dimensão espaço, isto é, a linha, aquela que denominais sua primeira dimensão: 

é a primeira e mais simples forma do espaço, em seu aparecimento. A segunda manifestação, mais completa, aparece na fase seguinte, -x, e revela-se como superfície, a que denominais segunda dimensão. A terceira e última manifestação, que completa a dimensão espacial, aparece em $ \gamma $, na matéria, e revela-se como volume, é a terceira dimensão do espaço.

Agora compreendeis como nasceu o espaço, porque a matéria tem, como dimensão, um espaço a três dimensões, dado por três momentos sucessivos. Também reencontrais este princípio geral: 

“a manifestação de uma dimensão é progressiva e ocorre em três graus contíguos”. 

A enunciação deste princípio vos demonstra o absurdo da procura de uma continuação quadridimensional num sistema com três dimensões. A continuação vos obriga a sair das três dimensões.

Prossigamos a progressão. O desenvolvimento da fase $ \gamma $ resultou na dimensão volume, dando-vos o espaço completo. Pelo diagrama da fig. 2, vedes como cada criação cria uma fase nova e como, no caso particular, a criação b cria $  \beta $, a energia, que deriva, pela radioatividade, de $ \gamma $, a fase matéria. A maturação estequiogenética deixara $ \gamma $ imóvel.

Na criação b, a energia nasce pela primeira vez. Em termos bíblicos dizeis: Deus criou o movimento, deu o impulso ao universo. O volume moveu-se. Aparece nova manifestação dimensional; algo acrescenta-se ao espaço; uma superelevação dimensional (a quarta dimensão que procurais), mas num sistema diferente: 

a trindade seguinte. 

Esta nova dimensão, a primeira da série sucessiva, é o tempo. A unidade máxima dimensional precedente é tomada, na passagem à seguinte, por novo e mais intenso movimento, mas sempre em direções novas e diferentes, cada uma própria de um sistema (espacial, conceptual etc.), numa aceleração de ritmo em que consiste, exatamente a evolução. Compreendeis agora como nasceu o tempo e como deve ele completar-se com duas outras manifestações sucessivas, isto é, ser a primeira manifestação de nova unidade com três dimensões.



35. 

A EVOLUÇÃO DAS DIMENSÕES 

E A LEI DOS LIMITES DIMENSIONAIS

 



Minha tarefa agora é ampliar esses princípios, que já dominais em todos os campos, e aprofundar-lhes o significado. Uma primeira ampliação do conceito de relatividade é dada pela lei da relatividade que abarca todos os fenômenos, com tanta força que impressiona vossa percepção e todas as vossas concepções. 











Não percebeis nem concebeis sua essência, mas as mudanças das coisas: a base é o contraste, condição indispensável. Por isso, não percebeis um movimento, se vos moveis com velocidade igual (por exemplo, o da Terra), mas apenas as diferenças; não reparais, absolutamente que correis, com tudo o que vos circunda na superfície da Terra, com uma velocidade de quase meio quilômetro por segundo, o que equivale a cerca de 1.800 km por hora. 

Assim, duas forças constantemente equilibradas numa única massa, para vós não existem. A estase e o equilíbrio não são percebidos por vós, mas somente a mudança. Nesta lei de relatividade é que se encontra vossa fase de consciência. Aí está a razão pela qual vossa ciência é exclusivamente, como vos disse, uma ciência de relações, de natureza totalmente diferente da minha que, provindo de um plano superior, é ciência de substância.
 
Ampliei o conceito de relatividade também à psicologia e à filosofia, ao falar-vos de verdades progressivas. Assim como o conceito evolucionista, que Darwin só viu nas espécies orgânicas, também o conceito de relatividade, que Einstein limitou a alguns momentos matemáticos, tem que ser completado com uma teoria de relatividade universal, que se estende a todo o universo. Isto representa uma conquista filosófica e científica, uma concepção mais profunda, uma compreensão mais ampla, uma harmonia e beleza superiores. 

Outra ampliação do conceito de relatividade pode ser feito em profundidade: aquela que vos levará a conceitos novos; não mais apenas o da relatividade das unidades de medida de vosso universo, mas aquele muito maior e profundo, o da evolução de suas dimensões. Se me perguntais onde termina o espaço, eu vos respondo: 

num ponto em que o “onde” se torna “quando”, ou seja, em que a dimensão espaço, própria de $ \gamma $, transforma-se na dimensão tempo, própria de $ \beta $




Quando a matéria, quimicamente envelhecida, resfriada, solidificada, atinge a periferia do vórtice sideral, desagrega-se pela radioatividade, transmudando - se em energia; então a substância perde sua dimensão espacial e volta ao centro como corrente dinâmica e com dimensão temporal. 

Na periferia a matéria não é mais matéria, mas energia. Como a substância mudou de forma, deslocando seu ser de uma fase a outra, assim muda sua dimensão, que não é mais espaço, mas tempo. Expliquemos este conceito de dimensão e sua evolução.

Vosso conceito de um espaço e de um tempo absolutos, universais, sempre iguais a si mesmos, corresponde a uma orientação puramente metafísica, que inconscientemente matemáticos e físicos introduziram em suas equações. Esse ponto de partida, totalmente arbitrário, vos levou a conclusões erradas; colocou-vos diante de fenômenos que se transformam em enigmas, perante contradições sem saída e conflitos insanáveis; de todos os lados, cerca-vos o mistério.
 
Na realidade, somente encontrais, como vos disse, um tempo e um espaço relativos, cujo valor não ultrapassa o sistema a eles relativo. Mas há mais. Eles são apenas medidas de transição, em contínua transformação evolutiva.
 
Esforçai-vos em acompanhar-me. Se vosso universo é finito como vórtice sideral, o sistema de universos e o sistema de sistemas de universos é infinito. Se o espaço fosse um infinito, não teria limites em sua qualidade de espaço, no entanto, ele os tem; não os encontrareis no espaço, em direção espacial, mas em direção evolutiva. Deste conceito, ao qual já acenamos, chegamos agora à novíssima concepção: 

os únicos limites do espaço são hiper espaciais, isto é, são no sentido do desenvolvimento da progressão evolutiva e exatamente na dimensão sucessiva. 

Ou melhor: 

se quiserdes um limite para o espaço, só o encontrareis nas dimensões que o sucedem e o precedem. 

Pormenorizemos, ainda. Cada universo tem uma medida de unidade própria, que consiste em sua dimensão. Como se passa, por evolução, de uma fase para outra, como vimos na transmutação das formas da substância, em que os universos aparecem e desaparecem, assim, por evolução, passa-se de uma dimensão a outra e as unidades de medida do relativo aparecem e desaparecem. 

Tudo o que é relativo — portanto, também a dimensão que é sua medida — deve, como o relativo, nascer e morrer. Assim, as dimensões evoluem com os universos acompanhando as fases que estudamos. Do conceito de dimensão relativa, passamos ao de progressiva. Ora, passagem de fase significa também passagem dimensional. 

Do espaço ao tempo se passa por evolução, esta é paralela àquela que leva da fase $ \gamma $ à fase $ \beta $.

Existe, pois, uma lei a que chamaremos de “lei dos limites dimensionais”, que pode ser assim enunciada: “Os limites de uma dimensão são dados pelos limites da fase de que ela é a unidade de medida; eles encontram-se no ponto em que, por evolução, passa-se de uma fase a outra, isto é, onde ocorre a transformação de uma fase e de sua dimensão na fase e dimensão sucessiva”.