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14/04/2015


34. 

QUARTA DIMENSÃO E RELATIVIDADE




Inicio com vossa e bem recente teoria científica, à qual me ligo como a um ponto de partida: 

a teoria da relatividade de Einstein










Presumo que a conheceis, assim como aos conceitos sobre a quarta dimensão. Os critérios que adotasteis para criar uma quarta dimensão do espaço, permanecendo no espaço, estão errados. A dimensão sucessiva à terceira espacial não está no espaço. O quarto termo sucessivo aos três da unidade trina só pode encontrar-se na trindade sucessiva. 

Isto se dá em virtude da lei pela qual o universo é individualizado por unidades tríplices e não quádruplas. Portanto, é absurdo o conceito da continuação do desenvolvimento tridimensional do espaço — que vai do ponto adimensional à linha (primeira dimensão), à superfície (segunda dimensão) e ao volume (terceira dimensão) — num hiper volume. 




Trata-se de um absurdo imaginoso essa construção ideal de uma quadridimensão octaedróide e dos outros poliedróides do hiperespaço. Aumentar um volume significa permanecer no volume, ainda que o multipliquemos por ele mesmo. Por isso não obtivesteis resultado prático até agora, nem mesmo pela representação hiperestereoscópica, nem pela conceptual. 

A pretensa geometria a quatro, cinco, n dimensões, que imaginasteis, é uma extensão da análise algébrica e não uma geometria propriamente dita. Trata-se de uma pseudo-geometria, mera construção abstrata, com formas inimagináveis e inexprimíveis na realidade geométrica.
 
Como todo universo é trifásico, é também tridimensional. Chegados à terceira dimensão, é necessário, para progredir — em virtude do princípio da unidade trina — iniciar nova série tridimensional, pois o período precedente exauriu-se; é indispensável sair do ciclo precedente para começar outro novo. Chegaremos, depois, ao conceito da evolução das dimensões, dilatando a concepção einsteiniana da relatividade, quer estendendo-a a todos os fenômenos, quer em profundidade de conceito.
 


A concepção tridimensional do espaço euclidiano esgota a primeira unidade trina e, com isso, exclui uma quarta dimensão no espaço. Mas, a sucessão das dimensões já contém o conceito de sua evolução. Considero linha, superfície e volume como três fases de evolução da dimensão espacial. Mas, para além, não bastam essas concepções matemáticas.
 



Para mudar a dimensão, é necessário iniciar um movimento em direção diferente e introduzir elementos totalmente novos. Procurasteis ultrapassar a concepção euclidiana, concepção de um espaço elíptico, compreendido como campo de forças finito, formado por linhas fechadas em si mesmas, correspondente ao meu conceito cíclico e na concepção de hiperespaços pluridimensionais. 

Para resolver esse problema, temos que tomar outra direção. Partamos do conceito de relatividade. Não tendes um tempo e um espaço em sentido absoluto, isto é, que existem por si mesmos, independentes das unidades que os ocupam; mas eles são determinados por elas e a elas relativos.
 
Portanto, não existe um movimento absoluto no espaço e no tempo. Vossas medidas, então, não correspondem senão a um conceito total de relatividade. Assim, cada fenômeno tem um tempo próprio, que lhe mede o transformismo: não existe uma unidade universal de medida, nem uma dimensão absoluta idêntica, invariável para todos os fenômenos. Até mesmo na ciência e na matemática estais imersos, sem possibilidade de saída, em vossa relatividade. Só podeis estabelecer relações com elas, nada mais: o absoluto vos escapa.
 
Já vos disse: vossa razão não é a medida das coisas; sois parte de um grande organismo; até vossa consciência representa uma fase: 

é um fenômeno entre os fenômenos. Alguns conceitos estão além de vossa consciência, e só podeis alcançá-los por maturação evolutiva de vosso Eu. 




Modificando esses princípios fundamentais para a ciência, modifica-se, também, toda a estrutura de vossos sistemas científicos; derrogam-se a física e a mecânica clássicas newtonianas. Mas, os novos conceitos têm a vantagem de corresponder a uma realidade mais completa e profunda. Assim a mecânica racional transforma-se em mecânica intuitiva mais avançada. 

Surge a possibilidade de solução de problemas que os velhos princípios não podem resolver. A ciência que construísteis, sem dúvida, vale algo e tínheis que criá-la. Mas hoje chegasteis a um ponto em que é preciso criar uma nova ciência, para avançar.



33. 

LIMITES ESPACIAIS 

E
LIMITES EVOLUTIVOS DO UNIVERSO

 



Agora, que tendes um conceito da conformação de vosso universo e de seu processo evolutivo, ultrapassemos seus limites, tanto em sentido espacial, permanecendo no plano físico, quanto no sentido evolutivo, isto é, relativamente às fases já referidas que precedem e superam esse plano. 




Aqui a astronomia atinge a metafísica. Pensai que este universo, imenso e tão maravilhosamente complexo, é o mais simples, enquanto pode ser perfeitamente concebível para vós, entre os universos, nos quais este se transforma por evolução. É fácil ultrapassá-lo no sentido espacial; mais difícil o é em sentido evolutivo, porque aprofundar este estudo significa, para vós, invadir o campo do inconcebível.
 
No sentido espacial, vosso universo estelar, considerado isoladamente, é um sistema finito; é imenso, mas pode ser medido; e tudo que se pode medir é finito. Vossa mente o domina por completo, porque sendo ela de um plano superior, pode ultrapassar qualquer limite espacial. Se podeis, num corpo tão frágil e pequeno, voar conceptualmente tanto que podeis compreender o universo físico, o qual jamais poderíeis percorrer todo materialmente, isso é devido ao fato de que existis numa fase evolutiva superior. 

Verificais, aqui, como a diferença de nível dá o poder de dominar e compreender o inferior, mas não o contrário. Os limites de vosso concebível, todavia, são dados na direção da evolução, isto é, pelas fases ou universos mais afastados ou superiores do vosso. No sentido espacial, a lei das unidades coletivas e as leis dos ciclos múltiplos indicam-vos a continuação do fenômeno com um conceito simples. 

Assim como a unidade do universo compõe-se de unidades menores, também ele constitui o componente de unidades maiores; assim como a espiral maior é produzida pelas menores, também ela torna-se a determinante de espirais maiores, até o infinito. Encontraremos um limite, mas no transformismo evolutivo, não no espaço. Fisicamente, o vórtice de vosso universo é apenas um, da infinita série de vórtices ou nebulosas em processo de desenvolvimento ou de involução; eles combinam-se com este num vórtice ainda maior, até o infinito. 




Não podeis vê-los todos, porque não têm a vibração da luz. Vosso universo físico move-se todo em velocidade vertiginosa, em relação a outros longínquos universos semelhantes, a fim de fazer parte, com eles, de sistemas ainda maiores. Que isto não vos surpreenda! Não encontrais o mesmo princípio no vórtice eletrônico? Não se trata senão de uma pequena matéria e uma grande matéria; do átomo ao universo e além dele, de um polo ao outro do infinito, o princípio é idêntico.

Procuremos, todavia, ultrapassar os verdadeiros limites do sistema, que não encontrareis mais no mesmo plano físico, embora vossa mente os supere, ao infinito: os limites dados pelo transformismo evolutivo. Movendo-se sempre na mesma direção que o mundo físico, encontrareis sempre o mesmo princípio, sem mudanças. 

Para ultrapassá-lo e sair dele, é indispensável mover-se em outra direção: 

a da evolução. 

A abertura do vórtice sideral é mais que um processo mecânico: é aquela maturação íntima da matéria, que vimos na estequiogênese. O vórtice da nebulosa nasce e morre aí mesmo, onde a matéria nasce e morre, isto é, começa e termina lá onde a Substância inicia e termina seu ciclo de fase física. Em outras palavras: 

a matéria nasce no centro da Via Láctea e morre na periferia. 

 



 (A figura acima representa o buraco negro que se imagina existir no centro das galáxias. A matéria entra e sai radiação a partir do disco de acreção. Mas se o buraco negro for ao mesmo tempo um buraco branco a matéria se materializaria a partir da radiação Hawking. A figura abaixo esquematiza de onde viria a matéria expelida pelo buraco branco que a obteve em outro universo como buraco negro. Seja nosso universo assinalado como A constituído de matéria e o universo paralelo e coexistente com o nosso assinalado como B e constituído de antimatéria. O universo A é o universo real, UR, ao passo que o outro universo paralelo é o universo virtual, UV. A antimatéria que entra no buraco negro do UV sai como matéria no buraco branco do UR e vice versa havendo trocas constantes entre as polaridades de matéria e antimatéria.)


Universo Real A de matéria conectado ao Universo Virtual B de antimatéria através dos buracos negro-brancos.


Observai a correspondência com os princípios expostos acima! Observai como o vórtice maior sideral abre-se pelo desenvolvimento dos vórtices menores, planetário etc., até o atômico. Observai que da mesma forma que o centro genético espacial (aspecto estático da fase gama ) é o núcleo da nebulosa de vosso universo, assim também o centro genético fenomênico (aspecto dinâmico de gama ) é o hidrogênio, elemento-base da série estequiogenética, o que constitui, justamente, as estrelas jovens, quentes, gasosas, situadas na Via Láctea e as grandes massas gasosas que formam a substância-mãe das estrelas. 

Se imaginardes que esse processo significa o desenvolvimento de um princípio (aspecto mecânico ou conceptual do universo), podereis “sentir” agora a fase gama concomitante e unitariamente, na trindade de seus aspectos.

Vimos que as nebulosas nascem, como fase gama , pela concentração dinâmica da fase beta, Também o ponto máximo do fenômeno não é dado apenas pelo máximo de abertura espacial do vórtice provocado pelo impulso originário, mas ainda pela evolução da matéria, pela qual esta, depois de atravessar toda a fase gama, desagrega-se e torna a assumir a forma de energia. 

Depois dissemos como a energia canaliza-se, por sua vez, em correntes que, de acordo com um vórtice centrípeto, guiam-na de novo para o centro (fase inversa do ciclo, período de descida involutiva) e, por concentração dinâmica, transformando-se de novo em Vimos que as nebulosas nascem, como fase Vimos que as nebulosas nascem, como fase gama , pela concentração dinâmica da fase beta

Também o ponto máximo do fenômeno não é dado apenas pelo máximo de abertura espacial do vórtice provocado pelo impulso originário, mas ainda pela evolução da matéria, pela qual esta, depois de atravessar toda a fase gama , desagrega-se e torna a assumir a forma de energia. 

Depois dissemos como a energia canaliza-se, por sua vez, em correntes que, de acordo com um vórtice centrípeto, guiam-na de novo para o centro (fase inversa do ciclo, período de descida involutiva) e, por concentração dinâmica, transformando-se de novo em gama , formará o núcleo de novo vórtice centrífugo, de nova nebulosa espiralóide galáctica.

Chegamos, pois, a este fato: 

o limite de abertura do vórtice sideral não é encontrado tanto no plano físico, quanto no ponto em que este toca, não no sentido espacial, mas em sentido evolutivo, um outro plano, onde o vórtice físico se inverte num vórtice dinâmico de regresso. 

A espiral, como vimos no diagrama da fig.4, fecha-se, mas o retorno do vórtice sideral é de natureza dinâmica; a reabsorção centrípeta, que contrabalança a precedente expansão, ocorre em fase evolutiva diferente. 

O que retorna ao centro é a forma energia e não a forma matéria, da qual se tinha afastado. As correntes siderais emanadas do núcleo gasoso são substituídas pelas correntes dinâmicas que reconstituem aquele núcleo.
 
Em outros termos: 

a matéria não pode ter um limite em direção espacial (pois este se poderia, com efeito, sempre superar logicamente), mas apenas em direção evolutiva; ou seja, esse limite não pode ser situado em dado ponto do espaço, mas pode encontrar-se em qualquer ponto onde ocorra a transformação da matéria, em sua fase superior de evolução. 

Somente estes conceitos podem explicar-vos toda a complexa realidade do fenômeno. A condensação sideral é de natureza dinâmica; o vórtice que se abre em forma física, fecha-se depois de uma transmutação que o torna invisível aos telescópios; desaparece de vossos sentidos e prosseguem em direção inversa, numa forma que procurais em vão no plano físico. 

Muitos problemas de física e de astronomia vos parecem insolúveis exatamente porque vos mantendes sempre no plano físico e não acompanhais os fenômenos onde eles, sob este aspecto, se esvanecem; não sabeis reencontrá-los enquanto “renascem” num aspecto diferente.

... vos mantendes sempre no plano físico...


Estas considerações vos encaminham para a visão de conceitos ainda mais profundos, que vos fazem chegar até o limite do concebível. A essa altura, a ciência, que se tornara metafísica, transforma-se em mística visão e, expandindo-se num campo de completa abstração, presume não mais uma psicologia racional, mas uma psicologia de intuição. 

Falar - vos - ei, agora, do nascimento e da morte do tempo, do nascimento e da morte do espaço, do aparecimento e desaparecimento — por evolução e involução — dessas diversas dimensões em vosso relativo. 

Como tudo o que está no relativo tem um princípio e um fim, tudo tem que nascer e morrer. Esforçai-vos, agora, para superar esse relativo e para elevar vossa concepção ao infinito.