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30/03/2015


22. 

ASPECTO MECÂNICO DO UNIVERSO —
FENOMENOGENIA

 



A trajetória típica dos movimentos fenomênicos, expressão sintética do seu devenir, é a linha que já encontrais no mundo físico, no nascimento da matéria; é a linha das formações estelares (nebulosas) e planetárias, isto é, o vórtice, a espiral. Ela exprime a fenomenogenia e seu estudo conduzir-vos-á a nova concepção cosmogônica.

 





Procedamos à sua análise, começando pelos conceitos mais elementares e caminhando com ordem, do simples ao complexo. Para evidenciar o melhor conceito, expressá-lo-emos também com diagramas.
 
A fig. 1 representa a lei do caminho ascensional da evolução, em sua expressão mais simples. A abcissa horizontal indica a progressão da unidade de tempo e a vertical a progressão dos graus de evolução. Isto nos aparece aqui em sua nota fundamental e característica dominante de caminho ascensional linear contínuo (OX).

Algumas definições:
 
Por evolução, entendo o transformar-se da substância, desde a fase $\gamma$ até às fases $\beta$, $\alpha$ e além, como veremos, e a transformação que sofrem as formas individuais através dessas fases.
 
Por tempo entendo, o ritmo, a medida do transformismo fenomênico; isto é, um tempo mais amplo e universal que o tempo no sentido restrito — medida de vosso universo físico e dinâmico — e desaparece no nível a; um tempo que existe onde haja um fenômeno e subsiste em todos os níveis possíveis do ser, tal como um passo que assinala o caminho da eterna transmutação do todo. Por fenômeno, entendo uma das infinitas formas individuadas da substância, o seu devenir e a lei do seu devenir.
 
Por exemplo: um tipo de corpo químico, de energia, de consciência, em seus três aspectos — estático, dinâmico e mecânico. Fenômeno é a palavra mais ampla possível, porque compreende tudo, enquanto é e se transforma de acordo com sua lei. Em meu conceito, ser jamais significa estase, mas eterno devenir.

A fig. 1 é a expressão mais simples do curso do fenômeno no tempo, isto é, da quantidade de sua progressão evolutiva, em relação à velocidade dessa progressão.
 
Fig. 01: Diagrama da progressão evolutiva em
sua mais simples expressão retilínea.

Esta e as expressões que a ela se seguirem têm um significado universal. Portanto, para passar ao caso especial, é necessário levar em conta os graus particulares de evolução, na individuação fenomênica que examinarmos, e de sua velocidade particular de progressão. Levando isso em conta, a linha pode aplicar-se a todos os fenômenos e as trajetórias que assinalarmos são aplicáveis a todos eles. Entretanto, para simplificar e salientar a evidência, tomo agora, particularmente, para exame um tipo de fenômeno, que é o maior que conheceis, o máximo, e compreende todos os menores:

o transformar-se da substância em suas fases $ \gamma $, $ \beta $, $ \alpha $ . Isto com o objetivo de dar-vos uma ideia mais exata do processo genético do cosmos.

A fig. 2 exprime um conceito mais complexo.

Fig. 02: Análise da progressão em suas fases evolutivas e involutivas.
Dissemos que na eterna respiração de $ \omega $, a fase evolutiva é compensada por uma fase equivalente involutiva, e que vosso atual caminho ascencional
tinha sido precedido por um caminho inverso de descida: 
Desse modo, para que a expressão fique completa, a linha traçada OX, deve ser precedida por uma linha oposta que, da mesma altura a torne a descer a O. Mas, quando expus a grande equação da substância e seu aspecto dinâmico: 


Eu disse sumariamente que o devenir retornava sobre si mesmo. Isso porque, se o tivesse definido com mais precisão naquele momento, teriam surgido dúvidas e complicações, que só agora podemos resolver, quando estamos observando o aspecto mecânico do fenômeno.
 
Certamente, compreendeis que o absoluto só pode ser infinito em todas as direções; só pode haver limites em vosso relativo; se tivéssemos que pôr limites ao absoluto, esses limites não estariam no absoluto, mas apenas traçados pela insuficiência de vosso órgão de julgamento: a razão; que o universo não só se estenderá infinito em todas as direções possíveis, espaciais, temporais e conceptuais, mas que, em determinado ponto, ele desaparecerá de vossa visão insuficiente e se desvanecerá, para vós, no inconcebível. As fases a, b, g , não podem esgotar todas as possibilidades do ser. 

Elas são $\omega$ — o vosso universo, vosso concebível. Mas, além delas, há outras fases e outros universos, contíguos, comunicantes, que para vós são o nada, porque estão além de vossas capacidades intelectivas. Essas fases estendem-se além de $ \alpha $, em progressão ascendente para um infinito positivo; abaixo de $ \gamma $ , em progressão descendente para um infinito de sinal oposto.
 
Por isso, a fig. 2 assume um aspecto diferente da fig. 1. Enquanto a linha do tempo se estende horizontalmente, de um - a um ilimitada em ambas as direções, a linha da evolução estende-se, no alto e em baixo, para + e - E às fases  $ \gamma $, $ \beta $, $ \alpha $ seguirão, no alto, as fases evolutivas (que desconheceis): +x, +y, +z etc.; embaixo, prosseguirão as fases involutivas (que também desconheceis) -x, -y, -z, que constituem criações limítrofes (mas não no sentido espacial), de $ \omega $.

O sistema, embora de maior amplitude e complicação que o de $ \omega $, equilibra-se igualmente, mas num equilíbrio mais vasto e complexo. Apenas como o ciclo 

não é a medida máxima do ser, assim tampouco o é este ciclo maior: ele é apenas uma parte de um ciclo ainda mais amplo. Pois, repito: não há nem pode haver limite de maior ou menor, de simples e complexo; mas tudo se estende sem princípio nem fim, nas infinitas possibilidades do infinito.
 
Vosso campo visual é limitado e só pode abarcar um trecho dessa trajetória maior, ao longo da qual ocorrem as criações e se escalonam os universos. Isso, porém, não vos faça supor imperfeição, falta de equilíbrio e ausência de ordem, pois aí tudo se desenvolve segundo um princípio único e uma lei constante.



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